Reflexo Interior

A inconstância do ser transmite um pedaço da alma,
Da alma que cala,
Da alma que finge,
Da alma que sonha quieta,
E da alma que não se deixa ser alma.
A babilônia que impõe, a selva de pedra que oprime
O confuso difuso no interior de um peito calado.
O reflexo do medo de mostrar verdade, verdade da alma,
Da alma que cala,
Da alma que finge,
Da alma que sonha quieta,
Um rosto no espelho, um reflexo distorcido,
Distorção causada pelo que fizeram, falaram, julgaram,
Às vezes nem a força de uma alma é suficiente pra ir contra a maré,
Por sorte ou destino aparece uma outra alma.
Alma que já calou,
Alma que já fingiu,
Alma que já sonhou quieta.
A segunda passa a ser guia da alma primeira,
Vai na frente, iluminando um caminho que antes era escuro,
Ajuda a curar uma ferida que parecia ser de um hemofílico,
Aos poucos essas duas almas se entrelaçam no encontro de um único ser,
Ser que fala,
Ser que demonstra,
Ser que sonha alto.

Gabriela Pontes de Paula

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